Vale da Grama recebe comitiva de compradores de café trazida pela APEX

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17/11/2023

Vale da Grama recebe comitiva de compradores de café trazida pela APEX

Grupo se surpreendeu com a qualidade dos cafés da região, que podem ser usados como origem única, para compor blend ou corrigir a falta de acidez de outros cafés

De 10 a 13 de novembro, o Vale da Grama – microrregião produtora de cafés especiais na Região Vulcânica – recebeu a comitiva da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), um grupo de 13 compradores, que adquirem e distribuem cafés para Estados Unidos, Europa, Ásia e Oriente Médio. A articulação para a comitiva vir para a região começou com uma carta convite idealizada por Valdir Duarte, presidente da Associação dos Cafeicultores do Vale da Grama, Fábio Massini, CEO da Gram Cerri, empresa especializada na exportação de cafés especiais, de Zé da Doca, prefeito de São Sebastião da Grama, e João Andrade, presidente do Sindicato Rural da cidade.

A vinda do grupo – liderada por Gustavo Sperandio, representante Regional Sudeste da Apex, e Sabrina Cenni, coordenadora do escritório da Apex em Dubai – mobilizou a região. Na chegada (10/11), a comitiva desembarcou em São José do Rio Pardo (SP) e foi recepcionada por representantes da Associação dos Cafeicultores do Vale da Grama e do Sindicato Rural de São José do Rio Pardo no Senhor Espresso, cafeteria do empresário Rodrigo Polachini. Lá, eles se apresentaram aos anfitriões e tiveram um happy hour regado a café com muitas delícias salgadas e doces. Na saída, ainda receberam um presente desenvolvido por Polachini, “Café em barras”, um doce que lembra chocolate, mas ao invés de cacau, leva café.

Na manhã seguinte (11/11), a comitiva foi conhecer a Fazenda Santa Alina, propriedade centenária (de 1907), localizada no Vale da Grama e comandada por Tuca Dias. Lá, a comitiva teve mais uma prova da hospitalidade brasileira: foi recepcionada por uma mesa farta de café da manhã e teve um momento descontraído de integração, guiado pela divertida anfitriã, que contou a história da fazenda, conhecida mundialmente pela produção de café Bourbon amarelo.

A fazendeira falou da dificuldade de se produzir na montanha, topografia que – embora favoreça a qualidade do café – dificulta a mecanização e aumenta o custo de produção. Para o grupo vivenciar o que é produzir na montanha, Tuca convocou a comitiva a caminhar até a Sala Alma, local de cupping da fazenda, onde Fante Neto, Q-Grader da casa, comandou a prova dos cafés cultivados pelas mulheres do Vale da Grama. Corrado Maria Alberto, torrefador do Caffè Alberto na Itália, que revende para vários países na Europa, ressaltou o corpo do café brasileiro. “Preciso de pelo menos 50% de café do Brasil para conseguir um bom espresso”, explica.

À tarde, o destino da comitiva foi a Fazenda Recreio, propriedade de 1890, comandada por Diogo Dias, 5ª geração da família e grande referência no mundo do café por estar sempre na vanguarda da adoção de novas tecnologias e pelos recorrentes prêmios de qualidade – este ano, a fazenda foi 4º lugar no Cup of Excellence, Oscar dos Cafés Especiais, e 1º lugar no café natural no concurso da Região Vulcânica.

Lá, Diogo montou duas mesas de cupping (uma de café natural, outra de cereja descascado), onde o grupo pode conhecer o terroir da Região Vulcânica, provando os melhores cafés do último concurso. Após o cupping, o fazendeiro mostrou a lavoura e todo o processo de pós-colheita: abanador, lavador, separação do verde e cereja do café boia, descascador de cereja, método de secagem, benefício e rebenefício. Chamou à atenção dos compradores o fato do café poder sair ensacado, pronto para exportação da fazenda. “Isso é bom para a rastreabilidade” foi o comentário geral do grupo.

No terceiro dia (12/11), o grupo se dirigiu à Fazenda São José, uma das propriedades da família Taramelli. Os anfitriões Gabriel (pai) e Rafael (filho) recepcionaram o grupo e mostraram uma outra faceta do Vale da Grama, a produção numa região plana, totalmente mecanizada, com fertirrigação e uma produção de 70 sacas por hectare. Após a visita à lavoura, o grupo foi para um cupping com outros cafés do Vale da Grama. “Estamos surpresos com a flexibilidade dos cafés do Vale da Grama, que podem ser usados como origem única, para compor blend, para corrigir a falta de acidez de outros cafés. A acidez acentuada não é um problema, porque corrigimos na torra”, traduz o brasileiro Eduardo Fernandes, importador de cafés verdes do Marunic Coffees na África do Sul, sintetizando a opinião do grupo.

Na parte da tarde, parte da comitiva quis conhecer a Fazenda Baobá, que produziu um dos top 3 cafés preferidos pelo grupo no dia. No trajeto até a propriedade, Francois Cremieux, do Interamerican Coffee GmbH – Grupo NKG, destacou: “Eu vou promover a variedade de café Arara na Europa, porque me surpreendeu no cupping. Ela é tão boa ou melhor que os geishas que provei aqui e dá um melhor retorno ao produtor por ser resistente às doenças e mais produtiva”.

A visita terminou no dia 13/11 com uma visita a Gram Cerri, empresa especializada na exportação de cafés especiais, em que o grupo pode acompanhar todo processo de beneficiamento e rebeneficiamento dos grãos, tirar dúvidas de cada etapa e fazer o último cupping da expedição, com cafés de produtores do Vale da Grama e de São José do Rio Pardo. Cada integrante da comitiva teve sua preferência e pediu amostras de café para levar ao seu país de origem. “Foi um enorme prazer receber a comitiva de compradores do Programa Exporta Mais Brasil da Apex.”, diz Valdir Duarte, presidente da Associação dos Cafeicultores do Vale da Grama. “Pelo feedback do grupo, tudo indica que será o início de uma relação comercial duradora”, finaliza.

Comunicação
Lívia Andrade
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